O meu livro garrafa

domingo, 20 de julho de 2014

Carta ao tempo

Caro tempo... dá-me tempo, é o que tenho para, humildemente, te pedir.
Não tenho qualquer intenção de ser dona de ti, de mandar em ti, de te domar. Peço-te apenas que dentro dos teus avanços e recuos, dos teus passos mais lentos ou apressados, me dês o tempo necessário.
Sabes, quando temos tempo, não temos pressa, e quando não temos pressa, há tempo para tudo!
Por isso eu só quero o tempo certo para poder viver intensamente os momentos presentes, e felizes, o tempo certo de tudo evoluir naturalmente, e o tempo necessário para ir assimilando essa evolução. Tempo para crescer interiormente, e ver crescer os meus.
Não tenhas pressa para nada, nem sequer para me sentires segura, porque nos passos que avanço a medo, recebo os sinais que me permitem ir sustentando a esperança, e assim, também a segurança a seu tempo se instalará. 
Eu dou o meu tempo ao tempo, para que magicamente transforme as esperas em danças intemporais que me transportam para momentos de puro prazer. Dá-me tempo também, para conquistar o meu espaço sem ser intrusiva, para ir ganhando terreno, sem nada impor. Sou todo um tempo de sorrisos e gargalhadas partilhadas, numa espécie de ritual de conquista. 
Caro tempo, só não tenho, nem quero, tempo para não ser feliz!



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