O meu livro garrafa

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Revisitar

É com alegria que percebo que posso revisitar os meus lugares, as minhas pessoas, as minhas memórias, as minhas dores, as minhas alegrias, sem o peso da culpa, do remorso ou do ressentimento.
É de sorriso nos lábios que folheio os antigos álbuns de fotos que organizei ao longo dos anos, do tempo que as fotos eram em papel e antes de me render à modernidade. Deles consta muita gente que fez parte da minha vida. Alguns ainda fazem, outros inevitavelmente já partiram desta vida e outros ainda apenas partiram da minha vida (ou eu, da deles). 
Voltam os momentos na sua genuinidade, ainda que, em momentos maus tenhamos tendência para questionar da autenticidade, opto, assumo a minha escolha, por revê-los com o olhar da verdade. E é por isso que não guardo sequer arrependimentos dos erros, dos desencontros, da falta de capacidade de alguns em respeitar a unicidade de cada um de nós e da falta de capacidade de outros em assumirem as suas escolhas. Da minha própria falta de capacidade para entender certas atitudes que aprisionam, que condicionam e que tendem a transformar coisas bonitas, em farsas.
E sou grata, por todas as aprendizagens que me proporcionaram, pelas dores que deliberadamente, ou não, me infligiram, pelos prazeres e alegrias que me ofereceram, pelas sinergias que partilhámos, e só tenho pena das palavras que hoje já não trocamos. 
Traço um percurso de vida em montanha russa pelo assumido papel de viver sempre intensamente as minhas emoções! Não o lastimo, apesar de nem sempre ser fácil. 
E guardo todas as pessoas que se cruzaram comigo e até aquelas que não souberam merecer a minha entrega, ou a minha amizade.
Hoje foi dia de revisitar momentos arquivados, alguns difíceis, outros ligeiros... e uns e outros me deixaram de coração e alma cheios... mas talvez apenas porque me sinto feliz, e a felicidade põe tudo o mais em perspectiva...

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