O meu livro garrafa

domingo, 15 de junho de 2014

Das noites quentes

Sabem a preguiça as noites quentes, onde sobram acções e o gesto mais repetido é o de sorver algum líquido estupidamente gelado enquanto o pensamento se distraí e procura o conforto fresco a menta, sempre presente em memórias de Verão.
Das memórias não quero as personagens, quero apenas filtrar os sentidos e dar largas às emoções, reescrever sentires e pulsações, projectar futuros felizes e intensos, plenos de descobertas e de vitórias embora não sem o o sal dos tropeções.
Nas noites quentes, gosto de ver as estrelas cadentes, nelas voam também os meus desejos, gosto de sentir aromas campestres, ouvir os sons que a natureza projecta quando o mundo se enche de silêncio - se pudesse ser sempre assim...
Trago-te sempre presente nas linhas do meu pensamento, na ponta dos dedos enquanto desfio estas palavras de travo doce e meigo. Traço linhas imaginárias na tua pele provocando um arrepio, percorro o teu rosto com as pontas dos dedos e sinto, enquanto fecho os olhos, que a tua presença é mais forte que o vazio do lugar a meu lado...
Há noites quentes cheias de nostalgia...

4 comentários:

  1. "Das memórias não quero as personagens"... gosto! Sinto! Quase me apetece "roubar-te" a frase... fazer dela minha! Doce sabor a nostalgia ...

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    1. Amiga, quando escrevemos e o partilhamos, deixam de ser nossas as palavras e passam a ser de quem as lê e sente, por isso... serve-te à vontade :)

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  2. há noites efectivamente assim...
    adorei Natacha!
    Beijinho

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    1. Obrigada, Sónia!! A tua presença é importante para mim. Breve também retomarei a passagem nos blogues da minha eleição ;)
      Bjocas

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